Trabalho com Extermínio de Youkai, alguma pergunta? Parte 4

Olá, sou o administrador. Você sabia que no abismo da internet japonesa, em seus cantos secretos, existem histórias sussurradas em segredo?

Na sombra profunda do anonimato, inúmeros incidentes estranhos ainda são contados. Aqui, selecionamos cuidadosamente essas histórias misteriosas – de origem desconhecida, mas estranhamente vívidas – que podem causar arrepios, apertar o coração ou até mesmo desafiar o senso comum.

Você certamente encontrará histórias que nunca conheceu. Então, você está preparado(a) para ler…?

[1] P. Youkais não existem. Isso é história inventada, né? R. Talvez existam. Bem, acredite ou não, só quero que conheçam um pouco sobre o mundo dos youkais. P. Você tem percepção espiritual? Como você os exorciza? R. Não tenho percepção espiritual, então não consigo soltar feitiços incríveis ou luzes. É mais como se eu usasse terapias de enfrentamento que surgiram ao longo das eras, sem entender bem a lógica por trás delas. P. O OP não aparece. R. Peço desculpas por isso, mas, por favor, esperem com paciência. P. Com que frequência precisa dar um up”” no tópico? R. Parece que uma ou duas vezes por dia é suficiente.

  • [3] Obrigado por criar o tópico! Sério, é muito mais interessante que outras histórias! Incrível! Tenho uma pergunta: o que acontece quando os humanos morrem? Será que ainda conseguem pensar? Pela sua história, os espíritos têm algum tipo de ação mental, né? Então, será que dá pra se comunicar com eles? Se der, não daria para se comunicar com espíritos de pessoas assassinadas para solucionar crimes? E também investigar crianças desaparecidas?
  • [5] O OP realmente escreve bem. Me prende como um bom romance. Você voltou bem na hora, mas outubro do calendário lunar antigo é uma época corrida pra você?

Outubro no calendário lunar antigo do Japão é chamado de “Kannazuki” (Mês sem Deuses), pois se acredita que os deuses de todo o país se reúnem no Santuário de Izumo Taisha, deixando outras regiões sem deuses. Em contrapartida, na região de Izumo, é chamado de “Kamiarizuki” (Mês com Deuses).

  • [6] Parabéns por criar o tópico. O fim e o começo do ano parecem ter muitos festivais, deve ser corrido. Se você pedir ajuda pra sua esposa (uma deusa?), talvez consiga umas vantagens, né?
  • [9] Que bom! Mais do que poder ler a continuação, fico feliz que o OP tenha voltado.

[10] >>5 Não é que seja corrido… É que muitas coisas acumulam cansaço mental, então tem muitas vezes que não tenho ânimo pra ligar o computador. Não sou muito bom com internet, então peço desculpas por isso (risos). >>3 Na verdade, acho que nos EUA tem algo assim, não? Tipo investigação paranormal. Eu nunca morri, então não sei sobre o pós-vida, e também não sou um médium que capta ondas de fantasmas, então sinceramente não sei como é.

[11] Mas, uma vez perguntei algo parecido pro meu mestre, e na época ele disse que, como não queria ir pro inferno, provavelmente o inferno não existe. Essas coisas são invisíveis, então não importa o que os outros digam, no fim das contas não tem como confirmar. Mais importante do que como as coisas realmente são, é no que você acredita, né?

  • [15] A afirmação de que apenas certas pessoas podem perceber coisas que a maioria dos humanos não consegue pode indicar que seus cérebros ou mentes estão com alguma anormalidade. Qual a sua opinião sobre isso?
  • [32] Li tudo desde o resumo, muito interessante. Entendo por intuição, mas ler em palavras é outra coisa.
  • [33] Interessante. Estava pensando em fazer o Tokudo, então a história do Karma me interessou. Pensei que, como meu Karma nesta vida é pesado, eu poderia treinar para reduzi-lo um pouco e ter esperanças na próxima vida, mas ele é carregado adiante, hein…

Tokudo (得度) é a cerimônia budista de ordenação para se tornar um monge.

  • [34] Você mencionou os procedimentos quando o mestre morreu. Você sabia algo sobre a família ou origem do mestre? Ou ele te deu um testamento ou algo assim pra caso algo acontecesse? Ou será que pessoas que fazem esse trabalho cortam laços com parentes?

[88] >>15 Mas sabe, existem pessoas com sentidos aguçados que pessoas normais não têm, como ouvido absoluto, né? Claro, a possibilidade de uma doença existe também. Uma vez o mestre me perguntou: qual você acha que é o desejo mais forte do ser humano? Tem fome, sono, instinto de sobrevivência, várias coisas, mas a maioria pode ser controlada pela razão. A fome, por exemplo, tem gente que jejua até morrer. O sono, tem gente que consegue ficar sem dormir até morrer. Até o instinto de sobrevivência, no final, tem gente que comete suicídio. O desejo sexual, tem gente que consegue praticar abstinência, então dá pra controlar. Então, qual é o desejo final, o maior de todos? É o desejo por conhecimento. Só pensar sobre algo é absolutamente incontrolável. Quanto mais você tenta suprimir, mais gruda no cérebro. As pessoas antigamente não entendiam muitas coisas e temiam o desconhecido. À noite, mesmo nós, modernos, fechamos as cortinas. Claro, tem a privacidade, mas os humanos têm medo do escuro. Hoje em dia pode não haver um motivo específico. Mesmo assim, a emoção do medo não pode ser suprimida. Na cabeça, ficamos pensando no que pode haver na escuridão. Sei que sou suspeito pra falar, mas talvez youkais e fantasmas sejam formas que demos a esse medo sem forma, forçando-nos a “conhecê-los” para suprimir esse desejo de pensar sobre esses medos dentro de nós.

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  • [89] Vou tomar banho antes que fique com medo (risos).
  • [90] Fiquei com tanto medo que não consigo dormir… Aquele lance do Sanshi ter um a mais e a alta taxa de suicídio têm alguma relação?

Sanshi (三尸) é um conceito originado no Taoísmo, referindo-se a três “vermes” que habitam o corpo humano. Acredita-se que em noites específicas, quando a pessoa dorme, eles vão ao Imperador Celestial relatar os pecados da pessoa, encurtando sua vida.

[95] >>88 Continuação. Por isso, acho totalmente possível que pessoas um pouco mais sensíveis a sons, por exemplo, tentando encobrir essas coisas inexplicáveis para si mesmas, acabem tendo alucinações e suas mentes fiquem perturbadas para se convencerem. Mas, para essas pessoas, os youkais certamente existem. Dentro do medo em seus corações. Talvez o meu trabalho não seja exorcizar youkais, mas sim ser um psiquiatra (risos).

  • [97] >>88 É um jeito de pensar tipo “Penso, logo o monstro existe”, né? Médiuns charlatões provavelmente ficariam bravos se ouvissem isso (risos). Mas talvez seja por abordar a existência dos youkais dessa forma que o conteúdo se torna mais convincente do que o dos frequentadores do fórum de ocultismo ou das pessoas que às vezes postam coisas suspeitas neste tópico.
  • [104] Vi em algum tópico antes, acho que na Coreia? Alguém lançou uma maldição poderosa no Japão, e os deuses japoneses estavam lutando contra isso. No fim, os deuses venceram, mas durante esse tempo o Japão ficou desprotegido e aconteceu aquele terremoto recente. O Japão é protegido pelos deuses, mas esse foi o maior perigo recente, e o perigo anterior a esse foi a Segunda Guerra Mundial. Minha memória está meio vaga, posso estar errado em algo, mas como você disse em tópicos anteriores que perdeu muita coisa na guerra, fiquei curioso. Sabe algo sobre isso?
  • [107] Mestre, por que ele morreu?

[108] >>104 A questão é o que consideramos “deus”, né? Li à força aquele mangá que explica o Kojiki que o mestre me deu, mas será que são deuses nesse sentido, ou algo que alguém que dominou o Shintoísmo alcançou, ou talvez algo como um youkai que foi consagrado? Existem muitos deuses, mas pelo que aprendi com o mestre, a ideia de que qualquer um deles esteja protegendo o país chamado Japão é um pouco estranha. É mais no sentido de proteger seu próprio território, ou não querer que o lugar confortável onde vivem seja devastado. Nesse sentido, talvez tenham existido pessoas que os usaram para proteger o Japão.

Kojiki (古事記) é o mais antigo livro de história existente no Japão, compilado em 712. Contém mitos, lendas e a genealogia da família imperial.

Shintoísmo (神道) é a religião politeísta indígena do Japão, que venera a natureza e os ancestrais. Caracteriza-se por não ter um fundador ou escrituras específicas.

[109] >>107 Hmmm, essa história vai ser longa de novo. Conto outra hora. Desculpem, vou dormir agora.

  • [111] >>107 Não foi porque o Karma dele era pesado?
  • [134] Estranhamente real e interessante.
  • [136] Fico pensando se escrever aqui não está te conectando a muito “Karma”. E como podemos te ajudar financeiramente?
  • [137] Li tudo de uma vez desde o resumo, minha cabeça não acompanha.
  • [157] O que aconteceu com o OP do tópico “Consigo ver youkais desde pequeno”?
  • [163] Coloquei Morijio na entrada de casa por via das dúvidas. Não sei a receita com bastante sal e gengibre, mas será que ferver água, ralar gengibre e colocar uma quantidade adequada de sal funciona?

Morijio (盛り塩) é um costume japonês de purificação, proteção contra o mal e busca por boa sorte, onde o sal é moldado em forma de cone ou pirâmide e colocado na entrada ou nos cantos dos cômodos.

  • [164] Quanto seria “bastante sal”? Queria a receita.
  • [166] Como será que se faz essa água com sal e gengibre?

[177] E aí, pessoal. Aliás, tem bastante gente tentando a água com sal e gengibre, né? Provavelmente não é algo espiritualmente super bom pro corpo, e pensando normalmente, acho que não tem benefício científico, aliás, acho que faz mal, então é melhor não beber todo dia. É como fazer lavagem intestinal todo dia, né? Acho que só depois de um teste de coragem, visitar ruínas à noite, ou ir a locais famosos por suicídios já é suficiente. Se preocupar com a quantidade de gengibre e sal é bem coisa de gente moderna, né? Parece que estão presos às palavras e letras, e a base, a parte mais importante, está errada. Eu também não entendo os detalhes da lógica, mas nessas coisas, o sentimento de quem faz, o significado colocado no objeto, isso é o mais importante, então acho que não precisam se preocupar tanto com a quantidade.

Kimodameshi (肝試し) é uma brincadeira japonesa onde se vai a lugares considerados assustadores, como cemitérios ou ruínas, à noite, para testar a coragem.

  • [178] >>177 Estava esperando!! Bem-vindo de volta!
  • [179] >>177 Bem-vindo de volta. Descanse bem.
  • [183] >>177 Bem-vindo de volta! Estou curioso sobre o mestre, mas pode nos contar quando estiver mais calmo, ficaria feliz.

[184] >>136 Quero dinheiro, mas acho melhor doar para as Filipinas ou algo assim. Ah, lembrei agora, acho que postei uma foto do chef Kawagoe da época em que ele caçava youkais, alguém salvou? Perdi a minha…

[186] >>183 Hoje não tenho muito tempo, então talvez conte a história do mestre amanhã.

  • [188] >>186 Descanse bem. E não achei a foto do chef Kawagoe.

[191] Tenho um tempinho, então vou falar sobre um youkai relacionado à história do mestre. Não é muito famoso, chamado “Chō”. Não sei onde encontrar detalhes sobre ele ou em que livro está, mas acho que tem uma história antiga sobre um humano devorado por um tigre que se torna um “Chō” e engana outros humanos para serem devorados pelo tigre. Só assim o humano original pode ser libertado do tigre e alcançar a paz. Ou algo assim. Ou seja, “Chō” é tipo aquelas histórias comuns, por exemplo, de um suicida que tenta matar a próxima pessoa que aparece, sabe?

Chō (倀) é uma entidade originária das lendas chinesas. Às vezes, refere-se ao espírito de um humano devorado por um tigre, que passa a servir o tigre e atrair a próxima vítima. Por extensão, pode se referir ao espírito de um humano que se tornou servo de um espírito maligno ou youkai.

  • [192] Estava esperando!
  • [193] Oh! Não se esforce demais!

[198] Bem, talvez só youkais muito experientes no “caminho” consigam fazer isso, mas entre os famosos, não aparecia algo assim como servo do urso na história do Kintarō? Não lembro bem dessa parte. “Chō” se refere a esses humanos que, mesmo mortos, continuam presos, e também pode se referir à entidade que os prende. Antigamente, animais ou Nyūdōs de alto nível no “caminho” eram chamados assim, mas recentemente, o que prende é mais um “lugar”, e talvez esses “lugares” também sejam esse youkai “Chō”, né? Locais famosos por suicídios (risos).

Kintarō (金太郎) é um herói infantil de força sobre-humana que aparece em contos e lendas japonesas. É conhecido por episódios como lutar sumô com um urso.

Nyūdō (入道) significa alguém que entrou para o budismo. Também é usado como nome de um youkai com aparência de monge.

[201] Estou com sono mesmo. Boa noite.

  • [203] >>201 Boa noite.
  • [206] >>201 Descanse bem. Descanse bastante e nos conte mais depois.
  • [247] Quero usar um youkai para fazer o filho da minha esposa desaparecer (pode morrer também), como faço?
  • [249] >>247 Esse tipo de história inventada não tem graça.
  • [252] >>247 Não faça isso.
  • [255] É a primeira vez que consigo falar com o OP, posso fazer uma pergunta? No fim e começo do ano, ou na época do Setsubun com o Onitaiji, os youkais ficam mais ativos? É pura curiosidade, se não estiver a fim, pode ignorar.

Onitaiji (鬼退治) refere-se ao extermínio de “Oni” (demônios/ogros) que causam problemas, em contos, lendas e eventos japoneses.

Setsubun (節分) é um evento anual japonês realizado no dia anterior ao início da primavera (Risshun). Existe o costume de jogar feijões enquanto se canta “Oni wa soto, Fuku wa uchi” (Demônios para fora, Sorte para dentro) para afastar o mal.

[258] >>247 Você realmente odeia o enteado, né? Isso me lembrou algo que o mestre disse uma vez sobre o kanji de “morte” (死). Originalmente, “死” representa o chão (一) e um cadáver enterrado abaixo dele. O cadáver em forma de “タ” e “ヒ” dentro da terra. Antigamente, havia dois métodos de enterrar corpos. Esqueci qual era qual, mas um era para enterrar parentes normalmente, colocando a pessoa sentada dentro de um barril e enterrando. O outro era muito cruel, por algum motivo quebravam a espinha da pessoa ao contrário e a enterravam assim no chão. Algo que podemos entender disso é o kanji “怨” (ressentimento). Acho que dá pra perceber só de olhar. Parece que significa desejar de “coração” (心) que alguém se torne um “cadáver” (aquele formato estranho). E não uma morte normal, mas desejar que morra com a espinha quebrada de um jeito esquisito.

[260] Continuação. E com a mesma leitura de “怨”, temos “恨” (rancor). Este é formado pela parte da esquerda, que é uma variação de “心” (coração), e o kanji “良” (bom) sem o ponto. Ou seja, algo está faltando no estado de “bom”. Para ser mais claro, o kanji “恨” significa que o coração está em um estado ruim. Invejar ou ter rancor de alguém pode ser inevitável. É ruim para a outra pessoa, mas acima de tudo, é ruim para o seu próprio coração. Bem, talvez eu possa dizer isso porque é problema dos outros, mas se você odeia tanto, por que não se divorcia? Se odeia a criança, mas ama a mãe… Aí só posso dizer que quem se apaixona perde (risos). Sou virgem, mas desculpe por falar com tanta ousadia.

[261] >>255 Talvez o calendário lunar antigo seja mais agitado? Não consigo ver youkais, então não posso dizer “estão ativos agora!!”. Durante o fim e começo do ano, provavelmente não tenho muito trabalho. Acho que em lares normais, mesmo que aconteça algo um pouco estranho, tem tantas coisas divertidas que, pelo menos nessa época, as pessoas não se importam muito.

  • [265] >>261 Obrigado pela resposta. Nos últimos anos, tem sido notável que, sempre que algo bom acontece ou parece que vai acontecer para mim, algo ruim acontece logo em seguida e anula tudo. Existe algum youkai que atrapalha as pessoas assim…?

[267] >>265 Não é bom dar conselhos estranhos sem entender a situação, então por que não tenta ir rezar no santuário xintoísta mais próximo? Ah, e uma história que ouvi sobre isso antigamente. Quando a sorte está ruim, em vez de beber água da torneira direto, dizem que é bom ferver na chaleira e depois beber. Chá caro acalma, né? E também, uma foto do Imperador ou do chef Kawagoe.

  • [288] >>258 Cada caractere realmente tem um significado próprio, né? Mas a explicação é fácil de entender, muito obrigado.

[303] Sobre Karma e causalidade, sinto que o significado original é diferente do que as pessoas pensam hoje em dia. O atual é bastante influenciado pelo budismo. E o budismo, talvez seja preconceito, mas pelo que aprendi com o mestre, é como se dissesse que se você fizer coisas boas, será feliz. Mas é comum fazer coisas boas e não ter bons resultados. Bem, vou contar a história do mestre agora, e talvez no final dela, vocês entendam um pouco mais sobre Karma e causalidade.

  • [305] Oh, o OP. Descanse bem.
  • [306] Por que tem gente fazendo perguntas irrelevantes?
  • [307] Bem, originalmente é um tópico de perguntas, então acho que coisas triviais são aceitáveis.
  • [308] Oh, bom momento.

[310] A causa da morte do meu mestre foi afogamento. Pensando agora, o mestre odiava lugares com água. Ele nunca chegava perto do mar, e raramente se aproximava até de rios. Mesmo torneiras, ele quase não usava, sempre se hidratava com garrafas pet, e no banho, usava a água acumulada na banheira. Uma vez, no verão, convidei o mestre para ir à praia, mas claro, ele recusou. Quando perguntei por que ele odiava tanto água, o mestre sempre explicava que tinha percepção espiritual, e ir a lugares como beira d’água, onde youkais e fantasmas se acumulam facilmente, o fazia se sentir mal. Mas, uma vez, quando estávamos bebendo juntos, não sei se foi descuido, mas ele deixou escapar que quando era pequeno morava numa cidade portuária e sempre brincava no mar. Catava conchas, pescava, e claro, nadava também. No entanto, uma vez, enquanto nadava no mar, sentiu algo o agarrando e quase se afogou. E seu irmão mais velho se esforçou muito para salvá-lo, e no fim ele foi salvo, mas o irmão morreu em seu lugar. Foi o que ele disse.

  • [311] Houve um incidente de afogamento em massa em alguma praia. Aquilo foram fantasmas mesmo?

[325] O mestre gostava bastante de beber. E era do tipo forte, seu hobby era visitar izakayas (bares japoneses). Que eu saiba, a única vez que o vi ficar tão bêbado foi naquela ocasião. Eu também bebo razoavelmente. Mas não sou forte, e ainda não entendo o sabor da cerveja, sou do tipo que sempre pede algum sour com polpa de fruta. Aliás, segundo o mestre, se eu deixar de ser virgem, vou entender o sabor da cerveja. Não sei se é verdade. Naquele dia de bebedeira, tínhamos acabado de terminar um certo trabalho. Não vou entrar em detalhes porque é história do mestre, mas expulsamos um youkai de uma casa. Mas, a criança daquela casa provavelmente sofria abuso, e talvez aquele youkai estivesse tentando proteger a criança, ou pelo menos, era o que eu e o mestre supúnhamos. E quando eu tinha bebido uns dois sours e o mestre uns três Gōs de Atsukan (saquê quente), ele me perguntou: “Você acha que o que eu faço é cruel?”. Eu concordei imediatamente.

[329] Então o mestre riu. “Na verdade, até eu às vezes acho que o que faço é um pouco cruel. Mas, mesmo que seja, não me arrependo. Porque, sem dúvida, era o que eu queria fazer naquele momento. O melhor para um humano é viver ‘Seichoku’.” Algo assim. Perguntei o que era “Seichoku”. Então o mestre, talvez pelo álcool, começou a falar um pouco mais eloquentemente. “‘Seichoku’ se escreve com os kanjis de ‘honesto’ (正直) mas se lê ‘Seichoku’. Mas não confunda, Seichoku não é ‘Shōjiki’. ‘Shōjiki’ é termo de monge budista, significa não mentir. No mundo dos monges, mentir te leva pro inferno. Mesmo que seja uma mentira pelo bem de alguém, não pode. Bem, você já tem idade pra beber, então deve saber que existem ‘boas mentiras’ no mundo, mas eles não se importam com isso, mentiu, vai pro inferno. Por isso tem que ser ‘Shōjiki’, sem mentir. Mas Seichoku é diferente. Seichoku, honesto, literalmente significa ser reto, direto. Reto com o quê? Ora, com o próprio coração.”

Seichoku (正直) é uma palavra usada pelo mestre do protagonista (OP). Diferente de “Shōjiki”, que também se escreve “honesto” (não mentir), tem uma interpretação própria que significa “ser reto/direto com o próprio coração”.

  • [330] Muito interessante.
  • [331] Concordo com o pensamento do mestre. De alguma forma, “Seichoku” faz muito sentido.

[332] E então, o mestre me contou sobre uma pessoa incrível do passado, Confúcio. Um dia, Confúcio estava conversando com o rei de um país, e o rei disse: “As pessoas do meu país são todas honestas! Por exemplo, o pai da família A roubou a cabra da família B. Então, o filho da família A testemunhou que seu próprio pai roubou!”. Confúcio respondeu: “A honestidade que eu entendo não é assim. Se um pai rouba, o filho esconde. Se um filho rouba, o pai encobre. Este é o verdadeiro significado da honestidade.”

  • [333] Hmm.

[334] Agir de acordo com o próprio coração. Isso é muito importante. Seja lidando com youkais ou com humanos, isso não muda. Se você segue seu verdadeiro coração, mentir, enganar, fazer algo ruim, não tem jeito. É o seu verdadeiro sentimento. O que acontece quando se vive Seichoku? Você fica “satisfeito”. O estado de “satisfação” é o melhor estado para o coração, e nesse estado, fantasmas e youkais não são nada. Dizem que se pode expulsá-los com um “Ha!”, mas isso é algo que só pode ser feito por um humano verdadeiramente “satisfeito”. Foi algo assim que ele me disse. Mas aí, de repente, tive uma dúvida. E perguntei ao mestre: “Então, se basta agir conforme o desejo do coração, se quiser sexo, pode estuprar? Se quiser algo, pode roubar ou tomar à força? Isso também não tem jeito?”. O mestre respondeu: “Essa é uma boa pergunta.”

  • [335] Que história boa.
  • [336] Hmm, hmm.

[337] Fazer o que quiser para satisfazer os desejos do próprio coração. No entanto, isso também não é bom para o coração. Por quê? Porque o coração esquece a “satisfação”. Com o tempo, dentro do coração só resta “mais, mais, o próximo, o próximo”, apenas isso. Isso é o “Ma” (demônio interior/corrupção). Você não tem percepção espiritual nem tem relação com jutsus e coisas do tipo, mas esse “Ma” é a principal razão pela qual as pessoas desta área se destroem. Com o tempo, o coração se torna apenas desejo, perde a satisfação, perde de vista o verdadeiro caminho que o coração deveria seguir e, no final, se torna algo mais miserável que um youkai.

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  • [338] Ma, hein. Dizendo assim, pessoas que fazem o que querem não parecem satisfeitas.
  • [339] “Ma ga sasu” (ser tentado pelo demônio/ter um lapso) é uma expressão bem colocada.
  • [340] Entendo.

[343] Naquela época, o mestre já tinha me falado sobre o “caminho” (道 – Dō), e ele tocou nisso também. O Ma obscurece o caminho. Antigamente, os praticantes faziam treinamentos rigorosos, por quê? Para não gerar esse Ma. No entanto, como na expressão “ma ga sasu”, o Ma não é algo que possa ser exterminado. Então, o que fazer? Na China, existe a expressão “Mui Shizen” (não-ação, naturalidade). Não fazer nada, não se envolver com nada. Assim, o Ma não nasce. Mas isso também é impossível. Obviamente, não fazer nada significa morrer (risos). Então, o que se deve fazer? Primeiro, encontrar o Ma dentro do próprio coração e encará-lo. Aceitar suas próprias partes feias, seus defeitos. E não ficar se rebaixando por causa disso, nem ficar estranhamente autoconfiante. Aceitar a realidade como ela é. E não ser influenciado por ela, com altos e baixos emocionais. Só depois de conseguir isso, você se torna um adulto completo como ser humano. E a partir daí também é importante.

[344] Ah, ia dizer “Ma ga sasu” todo orgulhoso, mas disseram antes. Que vergonha.

  • [345] Não se preocupe (risos). Estou torcendo por você.
  • [348] As palavras do mestre sempre me prendem.
  • [349] É uma história muito útil, mas é totalmente uma preparação (foreshadowing), né?

[350] Desculpem por não chegar logo ao ponto principal. Tento resumir, mas não consigo escrever bem. Acho que minha habilidade de escrita melhorou um pouco, mas ainda falta.

[352] >>349 O que foi contado aconteceu há muito tempo, então não é foreshadowing (risos). Só queria que conhecessem melhor a pessoa que era o mestre. Não exterminar o Ma, mas dar a mão a ele e seguir os trilhos estabelecidos pelo próprio coração. Este é o significado original de Seichoku. No entanto, se você vive sozinho, talvez isso funcione, mas no mundo existem muitas pessoas, e temos que viver nos relacionando com elas. Nesse momento, os outros abalam nosso coração. Por exemplo, um assalariado de alguma empresa. Mesmo que mantenha seus verdadeiros sentimentos, se tiver um chefe irritante, por exemplo, e tiver que se curvar na frente dele mesmo não querendo. Então, você começa a desgostar cada vez mais dos seus verdadeiros sentimentos. E, com o tempo, acaba rejeitando seus verdadeiros sentimentos. Nem Seichoku, nem mesmo encara o Ma. Esta é a “depressão” (鬱 – Utsu) que está na moda agora. Então, o que fazer? Não sei. Se soubesse, eu já seria um “santo”. Você tem que encontrar o método sozinho.

  • [353] Está bem fácil de ler. Esperando a continuação.
  • [355] >>352 É mesmo? Desculpe a indelicadeza. É uma história muito interessante, então conte com calma.

[356] Desculpem por aqui, mas fiquei com sono. Tenho pesadelos rotineiramente, então sofro de falta de sono crônica. Desculpem, boa noite.

  • [357] Boa noite. Que você possa dormir profundamente.
  • [358] Pode ir com calma. Foi divertido hoje também. Descanse bem.
  • [359] Obrigado. Boa história.
  • [378] >>343 Eu estava justamente no processo de encarar e aceitar minhas partes ruins, então ler este tópico foi um bom empurrão. Ao tomar consciência do meu próprio mal, tomo consciência do meu próprio bem ao mesmo tempo. Só juntando tudo é que se tem a forma do próprio coração. No entanto, os conceitos de bem e mal são apenas subjetivos, então são apenas palavras para expressar meu próprio coração, foi a conclusão a que cheguei. Desculpe pelo texto longo, mas por isso a história do mestre foi uma boa experiência, obrigado. Como um dos que estão lendo desde o primeiro tópico com prazer, me preocupo com o OP, mas espero ansiosamente pela continuação da história.
  • [379] >>311 Será que é sobre a praia de Nakagawara em Tsu, Mie? http://ja.wikipedia.org/wiki/橋北中学校水難事件 Mas meu marido (39) que é de Tsu não conhecia nem o incidente nem a praia. Será que ele não conhecia a praia porque não era permitido nadar, ou o incidente foi esquecido, ou os adultos escondem das crianças geração após geração…? Ele disse isso. Na verdade, parece que só uma pessoa disse que foi puxada pelos pés por fantasmas. As revistas semanais e a mídia exageraram como se todos tivessem testemunhado o mesmo.

[442] O mestre tinha algumas políticas, por assim dizer. Por exemplo, se ele dissesse algo puro como isso. Ele diria algo igualmente obsceno, ou se fosse gentil com alguém, logo depois seria igualmente maldoso. O mestre, que era assim, disse ainda mais. “Eu sou ruim em domar o meu Ma. Por isso, sempre tenho que me lembrar através de ações. Eu não sou nem bom nem mau. Não devo dar outra razão para o que faço além do meu próprio coração. O importante não é o bem ou o mal, mas o que eu escolho. E se é algo que eu escolhi, nunca me arrependo.” Esse jeito é chamado de Caminho do Meio (中庸 – Chūyō). “Eu acho que este é o caminho que me serve. Mas, provavelmente, não serve para você. Então, o que você vai fazer? Qual é o seu verdadeiro coração para você, e que caminho você vai tomar? Você já tem idade. Decida logo.”

[447] Ouvindo essa história do mestre, eu refleti. Tinha muitas coisas em mente, mas acho que ainda não era adulto o suficiente para colocar meu caminho em palavras. Senti que não foi por acaso que o mestre me contou essa história. Bem no começo, falei sobre a nossa escola, “Hanzan” (搬山). A origem disso é “Gukō Izan” (愚公移山 – O Velho Tolo que Moveu Montanhas). Era uma vez, em certo lugar, uma aldeia. O acesso a essa aldeia era muito ruim. Isso porque havia uma montanha enorme bem na frente dela. O velho mais tolo da aldeia decidiu fazer algo a respeito, foi até a montanha, cavou a terra, levou essa terra até o mar distante e a jogou no mar. Ele fez isso todos os dias. E seu filho e neto também o ajudaram. Mesmo assim, a quantidade de terra jogada no mar todos os dias era insignificante. Então, o velho mais inteligente da aldeia disse ao velho tolo: “Não importa o quanto você se esforce, com tão pouco, a montanha nunca vai realmente desaparecer”. Ouvindo isso, o velho tolo respondeu: “É verdade. Pelo menos enquanto eu viver, esta montanha não se moverá. Afinal, só consigo jogar isso por dia. Mas, mesmo que eu morra, meu filho continuará cavando e jogando a terra todos os dias. Mesmo que meu filho morra, meu neto continuará cavando e jogando a terra todos os dias. Mesmo que meu neto morra, seu filho. Mesmo que seu filho morra, o filho de seu filho, continuarão cavando e jogando a terra todos os dias. E acumulando isso, um dia a montanha desaparecerá”. O velho mais inteligente da aldeia ficou sem palavras ao ouvir isso. Enquanto isso, o deus da montanha em frente à aldeia ouviu a história do velho tolo e pensou: “Caramba, esse velho está falando sério, e provavelmente vai mesmo fazer isso. Se vão tirar a montanha, prefiro me mudar para outro lugar”. E ele mesmo moveu a montanha. O mais importante na escola Hanzan é essa vontade como a do velho tolo. Ao cantar poemas e tal, cantamos com essa vontade. Ou seja, eu nunca vou desistir. Não importa o que aconteça, não vou desistir. Então, é importante transmitir algo como “ceda você primeiro” aos youkais. Mas, para fazer isso, primeiro preciso encontrar o caminho do meu próprio coração. É impossível para um humano ter um coração tão forte sem um guia.

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  • [448] Entendo~.

[449] Sobre as perguntas, eu sempre posto do computador. Tenho uns 5 que revezo a cada 3 meses mais ou menos. Tenho 3 celulares básicos (garakei). Uso trocando os chips. O trabalho vem principalmente por indicação. Boca a boca de clientes antigos e tal. Além disso, quanto mais rico, mais fácil de ser afetado por coisas ruins. Então, por esse lado, várias coisas. Ah, e celebridades costumam entrar em religiões, isso também é uma das causas.

[450] Boa noite.

  • [451] Descanse bem. História super interessante e divertida!
  • [452] Oh, parece que uma história incrível foi postada. Sempre um bom trabalho, OP. Boa noite.
  • [453] Descanse bem (^○^).
  • [476] Pergunta pro OP, entendi que não pode ter pets, mas pets eletrônicos são seguros? (Exemplo: Tamagotchi)
  • [478] Quero perguntar ao OP. Teve aquela história do cadáver se movendo no porão da casa do Sr. Wang, aquilo era um fantasma? Assombração? Youkai? Em que categoria entra? Foi bom estar no escuro, se tivesse luz e eu visse, teria desmaiado.
  • [479] Pergunta: você recebe pedidos de estrangeiros que moram no Japão?

[480] Boa noite. Vou escrever algo depois de comer. >>479 Que eu me lembre, não. >>478 Sinceramente, não sei. >>476 Nunca pensei sobre isso, mas como a gente se apega, acho que não é bom.

  • [486] Vou esperar pela história do mestre, por enquanto.

[487] Jantei yakisoba, arroz branco e suco de vegetais. Aliás, o Caminho do Ma (魔道 – Madō) também é um caminho. Abandonar completamente o próprio coração e agir fielmente apenas aos próprios desejos. Claro, os desejos aumentam cada vez mais, mas se você tiver os meios para realizá-los, não importa o quanto cresçam, no final, você poderá fazer tudo neste mundo do seu jeito e alcançar a santidade através do Caminho do Ma.

[489] Continuação. Ouvindo a história do mestre, pensei um pouco, mas ainda não entendia bem o meu próprio caminho. E, de repente, surgiu uma dúvida. Aliás, como o mestre encontrou o seu próprio caminho? Bem, é raro um humano encontrar seu caminho sem nenhuma experiência, então claro que o mestre também deveria ter tido um gatilho, algo assim. Quando expressei essa dúvida sinceramente. O mestre começou a contar sobre sua origem. A primeira coisa que me chocou foi que o mestre era o segundo filho de um pequeno templo em uma cidade portuária.

  • [494] O mestre era filho de um templo…?

[495] >>494 Quem nasce em templo é incrível mesmo. Pensei isso enquanto digitava sobre o yakisoba.

  • [496] Parece o Sr. T! E é “digitando sobre o yakisoba” (erro de digitação no original).

[498] O mestre tinha três irmãos. O filho mais velho, o mestre que era o segundo filho, e o terceiro filho. Seus pais parecem ter sido pessoas rigorosas. E muito exigentes com a disciplina. E, bem, por ter nascido em um templo, ele teve muitas oportunidades de contato com o budismo. Quando pequeno, o mestre não gostava dos pais. Ou melhor, tinha medo deles, aparentemente. O irmão mais velho era muito talentoso e o orgulho dos pais. E o terceiro filho, por ser o mais novo, era mimado pelos adultos. Nesse meio, o mestre pensava que talvez fosse o menos amado pelos pais. Porque o irmão, talvez por ser talentoso, não era muito repreendido. O irmão mais novo era mimado, então mesmo que fizesse alguma travessura, era relevado com um “não tem jeito, né?”. Mas só o mestre, toda vez que fazia algo errado, era sempre duramente repreendido. As palavras que ouvia ao falhar eram “Seu irmão não fazia isso quando era pequeno” ou “Você é realmente uma criança imprestável”. Em contrapartida, raramente era elogiado. Mesmo tirando notas que, para ele, eram muito boas na escola, em casa ouvia “Esforce-se mais, seu irmão tirava notas mais altas nessa idade”.

[509] O irmão do mestre parecia ser uma pessoa gentil. Mesmo quando o mestre era repreendido e se trancava no quarto chorando, era sempre o irmão quem o consolava. Mas, na família, o mestre odiava mais o irmão. Ele sabia que o irmão era uma boa pessoa. Mesmo assim, talvez por ciúmes, sentia que a gentileza do irmão o fazia se sentir ainda mais miserável, e não queria ver o rosto do irmão mais do que o do irmão mais novo mimado. Assim era o mestre. Mas havia uma coisa em que ele tinha confiança. Nadar. O irmão do mestre, apesar de ter bastante habilidade atlética, era péssimo em natação. Por outro lado, o mestre adorava nadar. Depois da escola, sempre ia mergulhar no mar com os amigos. Apenas quando estava nadando, sentia que era superior ao irmão, aparentemente.

  • [555] Alcancei. OP, não se esforce demais.

[558] O incidente ocorreu quando o mestre tinha 10 anos. No início do verão. Em um ano normal, não deveria estar tão quente naquela época, mas naquele ano, parece que fez um calor terrível. A piscina da escola ainda não tinha aberto, e mesmo que tivesse, o mar era mais divertido, então ele teria ido para lá de qualquer jeito. O mestre combinou de ir nadar com alguns amigos. No entanto, quando contou aos pais, o pai se opôs. Normalmente isso não acontecia. Mas por algum motivo, ele disse não. Quando perguntou por quê ao pai. Ele mostrou um desenho ao mestre e perguntou: “Foi você quem desenhou isso?”. Lá estava desenhado algo como uma minhoca ondulante. Mas dessa minhoca saíam três coisas como pernas, e estava toda pintada de preto. De fato, foi o mestre quem desenhou. Era uma criatura estranha que ele tinha visto nas rochas quando foi brincar na praia antes. Tinha desenhado na aula de artes da escola. Quando o mestre respondeu que sim, foi ele quem desenhou, o pai perguntou novamente. “Você viu isso?”. Quando o mestre assentiu novamente, o pai disse: “Então você não pode ir ao mar este ano.”

[560] Sobre a raposa preta de Hokkaido. Não é como se a presença de uma fosse destruir o Japão ou algo assim. Acho que não é um mau presságio nem nada. Tem uma história de um país antigo, um dia ocorreu um eclipse solar. Hoje sabemos que é o sol e a lua se alinhando e tal. Mas as pessoas antigamente não sabiam disso. O rei que viu ficou muito ansioso. E perguntou aos seus subordinados se deveria ver aquilo como um bom presságio ou como um prenúncio de algo terrível. Um ministro disse: “Em um país antigo, algo assim também aconteceu. Naquela época, o povo ficou terrivelmente assustado e, no final, houve até uma rebelião. Portanto, Majestade. Por favor, mantenha-se firme.” Mas outro ministro disse: “Não, Majestade. Devemos nos alegrar com isso. Mais importante que o sol é como o povo pensa. O eclipse pode ser um presságio de que uma rebelião ocorrerá. No entanto, o rei pôde saber disso com antecedência. E teve a oportunidade de rever sua política equivocada. Divulguemos que, como resultado, a rebelião pôde ser evitada. Se fizermos isso, certamente o povo ficará impressionado com a capacidade do rei e confiará ainda mais nele.” No Japão também, tem uma história antiga sobre verem uma cobra branca no palácio real, pensarem que era um bom presságio. E os nobres estavam se esbaldando, quando uma rebelião começou, e um nobre irritado, dizendo “isso não é um bom presságio!”, cortou a cobra, e imediatamente a cobra ficou preta, né? Existe a interpretação de que era originalmente uma cobra preta que se transformou em branca, e a interpretação de que era realmente uma cobra branca, e graças a ela a rebelião acabaria sendo contida, mas como o nobre a matou, ela ficou preta. Mas, no fim das contas, dependendo de como você pensa, tudo muda. Mesmo que seja um presságio de algo bom, não relaxe. Mesmo que seja um presságio de algo ruim, não entre em pânico, pelo contrário, pense que é uma chance de rever seus próprios erros.

  • [561] >>OP Bem-vindo de volta. Aprendo muito a cada vez.

[562] Continuação. Claro que o mestre não ficou satisfeito com isso. “Por que não posso ir?”, perguntou ao pai, mas o pai insistia que não podia e pronto. Quando ele começou a insistir que queria ir mesmo assim, o pai ficou bravo e o repreendeu severamente. E disse: “Não saia de casa o dia todo hoje.” O mestre ficou tão triste com a injustiça que voltou para o quarto e começou a chorar escondido novamente. Então, talvez ouvindo o pai repreendê-lo, o irmão veio ao quarto. E perguntou o que tinha acontecido ao mestre. Depois de ouvir a história, o irmão riu um pouco e disse: “Ah, é só isso?”. E então, o irmão fez uma proposta ao mestre.

  • [566] Curioso com a continuação.
  • [570] Dando um up.

[599] >>571 Eh!? Eu não sou tão bonito assim. Mas o Wang-kun talvez esteja perto. (Nota: >>571 provavelmente continha uma imagem, que não foi incluída no texto fornecido)

[605] Continuação. O irmão do mestre tinha muita confiança dos pais. Então, ele diria aos pais que ia jogar queimada com os amigos hoje e queria levar o irmão mais novo, o mestre. O mestre tinha sido proibido de sair de casa hoje, mas se o irmão, sempre responsável, se oferecesse para cuidar dele, provavelmente permitiriam a saída. Bem, eles provavelmente não imaginariam que o irmão, que não sabia nadar, levaria o mestre para o mar. E então, o irmão iria com o mestre para o mar. Podiam esconder as roupas de banho e levar. Era um plano bem simples, como os que crianças pensam. Mas o mestre, que queria ir ao mar, aceitou a ideia na hora. O irmão imediatamente pediu permissão ao pai. O pai disse: “Tudo bem, mas não leve seu irmão ao mar de jeito nenhum”, reforçando a proibição, mas acabou permitindo. Talvez o pai também se sentisse um pouco culpado por prender o segundo filho em casa o dia todo. E talvez tenha se sentido mais tranquilo por o irmão ir junto. No entanto, assim que o irmão e o mestre saíram de casa, foram direto para o mar.

[606] Chegando ao mar, o mestre entrou na água e começou a brincar imediatamente. O irmão não sabia nadar, mas talvez por causa do calor intenso, decidiu ficar na água bem rasa. Aliás, não era uma praia bem cuidada como um balneário, mas sim um lugar cheio de rochas espalhadas. O mestre e os membros que ele encontrou lá costumavam nadar ali. Talvez por causa das muitas rochas, a correnteza não era muito forte. E mesmo que quase se afogassem, podiam se agarrar rapidamente às rochas irregulares por ali, então quando se falava em nadar na área, era ali, aparentemente. O mestre nadava e se divertia com os amigos que encontrou, mas com o tempo, os amigos se cansaram e, um por um, foram para a parte rasa onde o irmão estava e começaram a conversar com ele. Depois de um tempo, percebeu que estava nadando sozinho, e todos os seus amigos estavam se divertindo com o irmão. Então, o mestre sentiu como se seus amigos tivessem sido roubados. E se sentiu deslocado.

  • [607] Oh! Primeira vez que te encontro!! Estou me divertindo.
  • [608] Sempre espero ansiosamente. Esperando a continuação pacientemente (risos).

[609] O mestre ficou um pouco emburrado, insistindo que, como sabia nadar, era divertido mesmo sozinho. E, honestamente, estava um pouco cansado, mas em vez de voltar para o raso, foi para um lugar mais fundo. E quando chegou a esse lugar bem fundo (na verdade, devia ter uns 2 metros, mas para uma criança deve parecer bem fundo), lembrou: “Ah, foi por aqui que vi aquela minhoca esquisita”. Mas, enquanto pensava vagamente por que o pai de repente o proibiu de ir ao mar, no instante seguinte. O mestre sentiu algo gelado tocar sua perna direita, e então, seu corpo inteiro parou de se mover de repente.

[612] Ah, perigo, antes mesmo de pensar nisso, com a sensação de ter a perna puxada por algo, o corpo do mestre afundou bruscamente abaixo da superfície. Foi tão repentino que o mestre engoliu muita água. Mesmo assim, o mestre, acostumado com a água, tentou se debater para recuperar a postura, mas seu corpo não se movia como queria, e por causa da força que o puxava com força, ele afundava cada vez mais. Sem conseguir respirar, meio em pânico, sem saber para cima ou para baixo na água, a mente do mestre ficou cada vez mais em branco. E então, num instante qualquer, o mestre abriu os olhos debaixo d’água. O sal, o lixo na água e tudo mais ardiam muito os olhos, e tinha a refração da água, e mesmo que estivesse calmo, era impossível entender a situação em um instante com a cabeça em pânico. Mas, por algum motivo, apenas aquilo ele viu estranhamente claro, ele disse. Era totalmente preto, peludo, não tinha olhos, boca, nariz, orelhas, nem mesmo rosto, mas exalava uma atmosfera sinistra de sorriso largo, e daquilo, algo como uma névoa negra se estendia até sua perna e se enrolava nela.

[613] A partir daí, a memória do mestre ficou vaga, aparentemente. No fundo da água, ele não se lembrava mais do que aconteceu. Depois de um tempo, quando recuperou a consciência vagamente, ouviu vozes de adultos apressados ao redor. Sentia um forte gosto estranho na boca, a cabeça doía terrivelmente e o corpo não se mexia nem um pouco. Quando conseguiu abrir os olhos à força, a primeira coisa que viu foi alguém deitado bem ao seu lado. Quem seria, o que aconteceu comigo, seus pensamentos estavam distantes, confusos. Mas, desviando o olhar aos poucos, conseguiu ver o rosto da pessoa ao lado. Era o irmão do mestre. O rosto estava pálido, os olhos e a boca entreabertos. Hã? Por que o irmão está aqui?, pensou por um instante. No momento seguinte, os olhos do irmão se viraram bruscamente em sua direção. Eram olhos carregados de uma emoção incrível. Claro, não houve palavras. Mas, por algum motivo, só por aqueles olhos, o mestre entendeu o que o irmão queria dizer. “A culpa é sua.” Ali, o mestre perdeu a consciência novamente.

[615] O que o mestre ouviu depois. Que as crianças só perceberam que ele estava se afogando depois de um tempo, e entraram em pânico, gritaram e chamaram os adultos. Felizmente, como estava quente naquele dia, outros adultos estavam nadando por perto e conseguiram chegar. E que o irmão tinha desaparecido do meio das crianças em algum momento. Que provavelmente o irmão tentou salvar o mestre, seu irmão mais novo. Que o irmão se afogou e morreu perto do mestre, e o mestre foi salvo. Algo assim. Mas o mestre não conseguia acreditar nessa história. O irmão não sabia nadar. Era óbvio que ir para um lugar fundo para salvá-lo seria suicídio. Houve funeral, várias coisas. Os pais do mestre choraram o tempo todo, e quando o mestre, que ficou no hospital por 2 ou 3 dias, voltou para casa, sentiu um desconforto terrível. Ninguém o culpou. Mas, de alguma forma, sentiu que as pessoas ao redor pensavam que o irmão tinha morrido por culpa dele.

  • [616] Primeira vez que consigo ver em tempo real. OP, descanse bem.

[618] Não conseguia falar direito com o pai. Afinal, tinha desobedecido a ordem de não ir ao mar, e ainda por cima, aconteceu aquilo. Aliás, não só com o pai, não conseguia encarar ninguém direito. Se olhasse nos olhos, sentia que estavam dizendo que a culpa era minha. Não queria falar com ninguém. Não foi à escola, ficou trancado no quarto o tempo todo. A comida sempre aparecia do lado de fora do quarto em algum momento. E a primeira vez que abriu a boca depois de muito tempo foi no Shijūkunichi (49º dia) do irmão. À noite, foi arrastado para fora do quarto à força pelo pai, que disse: “Vamos ver seu irmão”.

Shijūkunichi (四十九日) é um importante serviço memorial no budismo, realizado no 49º dia após a morte de uma pessoa. Acredita-se que seja o período em que o destino da alma do falecido é decidido.

  • [619] Que triste.

[620] O mestre e o pai foram sob o luar até as rochas perto de onde o mestre se afogou. E por um tempo, ambos ficaram em silêncio, olhando fixamente para a superfície da água. O mestre pensou em várias coisas, como por que o irmão tinha morrido, se o que viu na água era real. Então, na superfície escura da água, um pouco distante, viu algo. Era um sapato. Com certeza, era o sapato que o irmão estava usando naquele dia. Por algum motivo, naquela hora, o mestre pensou “Preciso pegar aquilo!”, e deu dois ou três passos em direção ao mar, quando o pai o agarrou pela gola por trás e perguntou: “O que foi?”. Quando o mestre respondeu que o sapato do irmão estava ali. O pai perguntou: “Onde está? Olhe bem.” O mestre olhou atentamente de novo para onde o sapato estava antes, mas desta vez não havia nada. Hã? Enquanto o mestre se perguntava. O pai, como se tivesse entendido algo, disse ao mestre: “Tenho conhecidos no interior (内地 – naichi). Vou te mandar para a casa deles.”

[621] Vou dormir.

  • [622] Boa noite~. Bons sonhos~.
  • [623] Estou curioso com a continuação (risos). Descanse bem.
  • [624] Boa noite~ esperando a continuação!
  • [627] “Naichi” (interior) significa que você é de Okinawa? O mar é assustador.
  • [628] Pessoas de Hokkaido também dizem “naichi”, aparentemente.

[629] A partir daí, o mestre resumiu dizendo que “muita coisa aconteceu”. Basicamente, sem entender nada, de repente foi morar na casa de alguém, que era um parente distante, um casal de idosos sem filhos, e foi relativamente bem tratado. E, algum tempo depois da morte do irmão, o mestre passou a ter medo de lugares com água corrente. Isso porque ele ouvia a voz do irmão morto, aparentemente. No começo, era só um sussurro inaudível, mas gradualmente, a voz foi escalando. A voz do irmão dizia várias coisas. Que na verdade o irmão também não gostava dele. Que era verdade que o irmão e o terceiro filho eram mimados pelos pais, mas que, entre os irmãos, o mestre era sempre o centro das atenções dos pais. Que os pais sempre passavam mais tempo com o segundo filho, o mestre. Que não importava o erro que ele (o irmão) cometesse, os pais relevavam, e ele se sentia meio negligenciado, e tinha inveja do mestre. Que quando o mestre era repreendido, ele se sentia bem. Que consolar o mestre chorando o fazia se sentir uma pessoa capaz e bem. E que ele morreu por culpa do mestre.

  • [630] Que história triste…

[631] O mestre nunca mais voltou para casa, aparentemente. De alguma forma, tinha medo de ir para perto daquela cidade, daquele mar. Entrou no ensino fundamental, no médio, e depois na Universidade de Kyoto. Na universidade, soube que o pai morreu de câncer. Na universidade, estudou muito sobre várias coisas, conheceu muitas pessoas, e finalmente entendeu que o irmão que o atormentava talvez tivesse se tornado uma existência chamada “Chō”. Que o irmão, ainda hoje, naquele lugar escuro do mar, queria afogá-lo. Que ele tinha algo como percepção espiritual. Que seus pais diziam coisas duras para protegê-lo. Que ele não odiava os pais, mas sim porque os amava, queria ser amado. Que assim como ele tinha sentimentos complexos em relação ao irmão, o irmão também sentia várias coisas em relação a ele. E então, o mestre se arrependeu. Tinha tantas coisas que queria dizer ao pai, ao irmão. Mas a situação ao redor, seu próprio orgulho, atrapalharam, e ele não conseguiu ser sincero, e os dois morreram sem que ele dissesse nada.

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[632] Saindo.

  • [633] Descanse bem, esperando a continuação.
  • [634] Descanse bem!!

[638] Voltei. Continuação. E assim, o mestre sentiu que, no fim das contas, lhe faltava a capacidade de discernir o que era mais importante para ele como pessoa. Bem, talvez seja inevitável que humanos tenham um pouco disso, mas o pai do mestre era um velho teimoso, e talvez por o mestre ser um pouco parecido, ele tinha dificuldade em ser sincero e sofria muito por causa disso. Por isso, o mestre escolheu o Caminho do Meio. O Caminho do Meio é muitas vezes mal interpretado como algo mediano ou incompleto. Mas o significado original não é esse. Significa que, em qualquer situação, ao julgar o que aconteceu, você age com sua calma habitual, sem pender para nenhum dos lados. Bem, quem estiver curioso, pode pesquisar no Google, deve encontrar histórias mais profundas. Como eu disse antes, o mestre tinha políticas ou algo assim, como fazer algo igualmente ruim depois de fazer algo bom, ou mentir depois de dizer a verdade. Para quem vê de fora, é só uma pessoa estranha, mas isso é um tipo de promessa, e ele faz isso para sempre encarar seus sentimentos sinceros, aparentemente. Foi assim que o mestre escolheu seu caminho. Depois de ouvir a história, perguntei ao mestre: “Então, por que esse caminho não serve para mim?”. Bem, ouvindo a história, havia partes em que eu achava que essa forma de pensar não era ruim.

[639] Desculpem, minha habilidade de escrita é ruim, mas quando tento falar sobre o interior das pessoas, fica bem confuso. O mestre falava muito bem, pena. Não tenho confiança de que consegui reproduzir a história que ouvi naquela época.

  • [640] >>639 Está fácil de entender.
  • [641] Sim. Está fácil de entender e de ler.

[642] O mestre respondeu à minha pergunta assim: No mundo, existem pessoas que veem espíritos e fantasmas, e pessoas que não veem nada disso. E mais, entre as pessoas que afirmam ver essas coisas, existem dois tipos: as que realmente têm percepção espiritual e as que dizem ter sem ter. Mas, ambos os tipos de pessoas têm algo de estranho na mente. Pessoas que veem coisas que nem se sabe se existem ou não neste mundo têm alguma escuridão no coração. Através dessa escuridão, os humanos encontram monstros. E pessoas que dizem ver mesmo sem ver também não têm a mente saudável. Alguém que mente assim é prova de que seu coração está insatisfeito de alguma forma. Bem, não digo que todas as pessoas que não veem são normais. Mas, para o mestre, eu, sem percepção espiritual, sou uma pessoa extremamente sã mentalmente. Isso porque devo ter sido bem criado. Claro, não pelo mestre. Mas pela minha família, que já se foi. No período mais importante da formação da personalidade, eu fui, sem dúvida, feliz.

  • [643] Continua interessante como sempre. E obrigado por responder à pergunta!
  • [644] Interessante.

[645] Ainda me lembro às vezes. Ontem mesmo foi sexta-feira, né? Quando eu era pequeno, às sextas, costumávamos assistir ao Friday Road Show (programa de filmes na TV japonesa) com a família toda. Eu no colo do meu pai, minha irmã no colo da minha mãe. E assistíamos Indiana Jones e tal, e nas cenas de ação importantes, eu me esticava um pouco e de propósito bloqueava a visão do meu pai como travessura. E meu pai sempre fazia “Ei, você! (risos)” e tentava ver, mexendo a cabeça pro lado, mas eu acompanhava mexendo a cabeça também pra esconder, e no final, meu pai apoiava o queixo no topo da minha cabeça e dizia algo como “Te peguei!”, e minha mãe e irmã, que assistiam ao lado, riam disso. Quando tinha cenas um pouco mais picantes, meu pai de repente tampava meus olhos com a mão, e eu dizia “Não, eu já entendo essas coisas” e espiava por entre os dedos. Era esse tipo de família. Então, o que o mestre disse sobre eu ter sido feliz provavelmente estava certo. Fui criado em um bom lar. O mestre disse que ele era uma pessoa incapaz de ser sincera consigo mesma, mas que eu não era assim. Mesmo depois de uma briga, conseguia rir e pedir desculpas ou perdoar as pessoas rapidamente. Me machucava também, mas conseguia pensar nos outros na mesma medida. Muitas vezes acabava relaxando, mas ainda assim conseguia me disciplinar. Talvez não soubesse claramente qual era a fonte da minha felicidade, mas tinha uma imagem vaga dela e não tinha medo de persegui-la. Esses meus aspectos, segundo o mestre, me definiam inegavelmente como apenas um “ser humano normal”.

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  • [646] Se o avô tivesse comido a doninha à força, não teria sido melhor? Desculpe interromper a história.

[647] Mas justamente por isso, ele não podia me dar conselhos sobre o caminho, continuou o mestre. As pessoas desta área geralmente têm alguma circunstância estranha. Honestamente, a maioria delas é maluca. Para alguém com alguma falha no coração assim, embora certamente passasse por dificuldades, encontraria rapidamente o “Ma” que habita seu coração, e o caminho adequado para si seria bem óbvio. Mesmo que não percebesse sozinho, com um pouco de experiência de vida, seria fácil apontar isso. Mas, justamente por eu ser “normal”, isso se tornava difícil. O que falta no meu coração? O que me deixa insatisfeito? Objetivamente e subjetivamente, isso é algo muito difícil de entender.

[648] Resumindo de forma mais simples, significa que “você não serve para este trabalho” (risos). Foi o que o mestre brincou depois. Ah, então eu ainda consigo me encaixar na categoria de “normal”, hein? Fiquei pensando na história passada do mestre que ouvi pela primeira vez e no meu próprio caminho, e depois disso a conversa na bebida foi sobre assuntos triviais e acabou.

  • [649] Que melancólico…

[650] Saindo de novo.

  • [651] Parece ocupado.
  • [652] Não se esforce, descanse bem e escreva no seu próprio ritmo. Esperarei com paciência!
  • [655] O mestre atraía monstros por causa de sua percepção espiritual, e por causa disso, seu irmão foi pego pelos monstros por acidente. O mestre, enquanto procurava uma maneira de salvar a alma (?) do irmão que se tornou um monstro, gradualmente começou a fazer o trabalho de negociar com youkais… Seria algo assim?
  • [656] E então, o mestre, por vir de uma família com linhagem talentosa, tem uma personalidade orgulhosa e teimosa. Ele acolheu você, que era criança, porque você estava sendo alvo de youkais como ele, e talvez salvando você, ele pudesse expiar o pecado de não ter conseguido salvar a si mesmo e ao irmão quando eram jovens? As pessoas tentam curar as feridas de grandes falhas e arrependimentos do passado agindo para salvar alguém parecido em quem possam se projetar, curando assim um pouco o trauma do passado. Sua família morreu por causa da maldição da doninha, mas o mestre não teve medo de te acolher? Certamente o mestre escolheu um caminho na vida onde não se arrependeria mesmo que morresse a qualquer momento, e acolher uma pessoa como filho adotivo e cuidar dela até a idade adulta é algo incrível. Quanto mais velho se fica, mais se conhece a dificuldade do crescimento humano, então ele deve ter tido uma grande determinação.

[657] >>656 Quem sabe, né? Ele não está mais aqui. Não sei o que ele estava pensando.

[658] E agora, finalmente quero contar a história da morte do mestre, mas antes disso, alguém tem alguma pergunta?

  • [659] >>658 Por favor, continue a história!
  • [661] Kanto ser bom em termos de Feng Shui tem a ver com aquele lance do Taijitu da Linha Yamanote?
  • [663] >>658 Por enquanto, quero a continuação.
  • [666] >>658 Se existe a escola Hanzanryu, significa que existem outras escolas de exorcismo de youkais? Quantas pessoas trabalham na mesma escola Hanzanryu? Existe algo como casa principal e ramos?
  • [669] >>658 Li que algo grande vai acontecer na região de Kyushu, houve algum movimento relacionado a youkais?

[673] >>666 Existem sim, mas a relação é bem tênue. Tirando contatos pessoais, quase não há interação. Bem, depois que terminar a história do mestre, contarei um episódio relacionado a isso. >>669 Não sei qual é o grande movimento. Mas o trabalho não aumentou tanto, então acho que está tudo bem. Fora isso, não tenho muitos critérios para julgar (risos). >>661 Ouvi dizer que antigamente era bom. Mas o Feng Shui muda muito com as mudanças nas veias da terra (地脈 – chimyaku), então não sei como está agora. Não sou especialista em Feng Shui. Mas, se for algo relacionado a grandes obras de engenharia civil, talvez tenham feito pensando em algo?

  • [674] Pode continuar, por favor? Tenho esperado ansiosamente todos os dias recentemente.

[676] >>674 Eu também tenho meus humores, espere um pouco, por favor (risos).

  • [677] Entendido. Desculpe por apressar…

[687] Assisti Full House (Três é Demais) e fiquei emocionado. Deu vontade de casar.

  • [688] A Michelle é fofa, né?
  • [689] Não desgosto desse seu ritmo tranquilo, OP (risos).
  • [692] >>687 As gêmeas Olsen, que interpretaram a Michelle, lançaram a marca de roupas para adolescentes “Mary-Kate and Ashley” e, aos 19 anos, ficaram em primeiro lugar como “as adolescentes que mais ganharam dinheiro”.

[694] >>692 Sério? Se eu tivesse poderes espirituais, também queria ganhar na loteria.

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